A musculação é muito útil no tratamento de diversas patologias. Porém, se mal executada, pode trazer risco de lesão ao praticante.
A hérnia discal é um diagnóstico clínico muito comum, e é a principal causa cirúrgica de coluna na população adulta. Ocorre principalmente em pessoas que possuem maus hábitos posturais, predisposições, movimentos repetitivos, excesso de carga em certos movimentos da coluna, envelhecimento, sedentarismo, tabagismo e isso tudo associado à fraqueza dos músculos sustentadores da coluna. No entanto, ela ocorre em três etapas, e se for tratada de forma eficaz em algum desses estágios iniciais, seus efeitos podem ser reduzidos.
A hérnia discal, como o próprio nome já diz, acontece quando o desgaste gradativo do anel fibroso permite que o núcleo se lance para fora, entrando em contato e comprimindo o sistema nervoso, o que gera diversos sintomas desagradáveis que são irradiados nos segmentos nervosos abaixo  da herniação.
Se a hérnia discal for em nível lombar, região mais comum pela grande mobilidade e carga, a sintomatologia pode ser sentida no segmento da herniação, em toda a região lombar e glútea, no posterior de pernas e coxas (ás vezes, predominante em apenas um lado) e muitas vezes até nos pés e dedos; pois normalmente afeta o nervo ciático e todo o seu trajeto.
Sintomas: Dor local e irradiada, dor à palpação, parestesia (formigamento), alterações de sensibilidade, bloqueios ou travamento em movimentos específicos, “falseios” em membros inferiores, “fisgadas”, câimbras, dificuldade de mobilidade e falta de força.
 

Prevenção da hérnia de disco na musculação

 
É muito importante que a musculatura responsável pela estabilização da coluna esteja fortalecida, para a correta execução dos exercícios e para a prevenção de lesões. Aqui podemos citar o core, que é um termo utilizado para determinar a musculatura estabilizadora da coluna e pelve, sendo abdominais, oblíquos, eretores da espinha e multifídio (mais profundos), quadrado lombar, iliopsoas, psoas, sartório, pectíneo, reto femoral, glúteos, isquiotibiais, adutores, entre outros.
Algumas precauções que devem ser tomadas na academia:
– Fique de olho na angulação da sua coluna nos exercícios: Flexão excessiva, rotações e inclinações associadas, juntamente com carga incorreta e sem fortalecimento adequado do core podem gerar lesões. O ideal é que ela esteja sempre neutra e sem sobrecarga;
– Melhorar sua consciência corporal antes de fazer um exercício mais elaborado, para o melhor posicionamento da coluna;
– Ajustar sempre o banco dos equipamentos, para que você esteja confortável e utilize a força correta, não sobrecarregando os discos ou anéis fibrosos;
– Mantenha o abdome contraído em todos os exercícios que movimente a coluna, irá auxiliar na estabilização;
– Para exercícios livres e com carga elevada, utilize cinto estabilizador.
 

Cuidados na musculação para quem já possui hérnia de disco

– É de extrema importância o fortalecimento da musculatura profunda, para corrigir a postura e impedir ou mesmo estabilizar  deslocamento discal. É importante focar, no início, na região lombar e abdominal. No treino do abdominal, como sua execução é a flexão da coluna, começar com pequena flexão.
– Agachamento e leg-press não são recomendado pela compressão que causa na coluna;
– Abolir exercícios que associem rotação e inclinação de coluna, e que proporcionem muito impacto.
Quando uma pessoa descobre que está com hérnia de disco ela passa a ficar inativa para se recuperar. Embora haja redução da dor, o “ficar” parado leva a perda do condicionamento físico, transtornos psicológicos e perda da motivação.
O objetivo do tratamento com musculação consiste em restabelecer a estabilidade da coluna vertebral comprometida com a ruptura da estrutura discal, não bastando minimizar a dor, mas sim restabelecer o equilíbrio da unidade funcional.
Os exercícios de fortalecimento da musculatura, minimizam a dor, previnem protrusões futuras do disco, melhoram a nutrição do disco intervertebral, aumentam a difusão passiva de oxigênio.
Quando o paciente minimiza seu quadro clínico de dor, por meio do treinamento com exercícios resistidos, se beneficia por não correr os riscos pertinentes de uma cirurgia, não só trata o disco enfermo, mas também aprimora as duas principais aptidões físicas relacionadas à boa execução das tarefas da vida diária: a flexibilidade e força. A melhora da condição cardiorrespiratória e o abrandamento de recidivas são outros fatores positivos quando se utiliza a musculação como um dos pilares no tratamento desses pacientes.
Os exercícios de musculação são efetivos para o tratamento da hérnia de disco e benéficos quando se fala em retorno natural ao cotidiano da vida, incluindo o trabalho. Devido ao treinamento terapêutico com pesos, o paciente necessita de pouco repouso, adquirindo maior qualidade de vida.
 
Pôr em prática essas dicas e cuidados e ter um bom profissional para fazer seu treino, que planeje de acordo com suas necessidades e intercorrências, e que preze, além de um corpo bonito, saúde e qualidade de vida é fundamental para o sucesso do seu treinamento!
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